Vamos ser sinceras? A imagem da mãe-heroína, que dá conta de tudo com um sorriso no rosto e o cabelo impecável, é uma das maiores ciladas da maternidade. A verdade é que, por trás de cada mãe, existe uma mulher que sente cansaço, solidão e, por vezes, um desejo imenso de apenas... silêncio. E é exatamente por isso que a ideia de maternar sozinha precisa ser deixada no passado.
A famosa frase "é preciso uma aldeia para criar uma criança" nunca foi tão real. Mas, nos dias de hoje, essa "aldeia" ou "tribo" muitas vezes não aparece magicamente na nossa porta. Precisamos construí-la, nutri-la e, o mais importante, aprender a nos apoiar nela.
O que é uma rede de apoio de verdade?
É crucial diferenciar "visitas" de "rede de apoio". Visitas vêm para ver o bebê. Uma rede de apoio vem para ver a mãe. É aquela amiga que traz uma quentinha e já a coloca no micro-ondas para você. É sua mãe que segura o bebê para você tomar o banho mais longo e luxuoso dos últimos meses. É seu parceiro(a) que assume a madrugada para que você possa emendar três horas de sono seguidas. É aquele grupo de mães online onde você pode perguntar, às 3h da manhã, se o barulhinho que seu filho faz ao respirar é normal, e alguém vai te responder.
Como construir e acionar sua rede?
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Seja específica: Em vez de dizer "preciso de ajuda", tente ser direta. "Você pode vir aqui amanhã e só segurar o bebê por uma hora para eu organizar a casa?". As pessoas querem ajudar, mas muitas vezes não sabem como. Dê a elas uma missão clara!
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Aceite o "imperfeito": Sua rede de apoio não fará as coisas exatamente do seu jeito. A louça pode ser guardada no lugar errado, a roupinha pode ser vestida ao contrário. Respire fundo e foque no que importa: você teve um momento de alívio. A perfeição é inimiga do descanso.
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Procure sua tribo online e offline: Se sua família e amigos moram longe, procure grupos de mães do seu bairro, aulas de ioga para mães e bebês ou aplicativos de maternidade. Compartilhar experiências com quem está no mesmo barco cria uma conexão poderosa e diminui a sensação de isolamento.
Lembre-se: pedir ajuda não é um atestado de incompetência. É um ato de coragem, de amor-próprio e, consequentemente, de amor pelo seu filho. Uma mãe amparada é uma mãe mais presente, mais paciente e mais feliz. E você merece viver essa jornada com mais leveza. Você não está sozinha.